“COMO A TRINDADE É UM DEUS E NÃO TRÊS DEUSES”
Anício Mânlio
Torquato Severino Boécio (480-525 d.C.)
- UMA MISSIVA
SOBRE A TRINDADE -
Meu caro missionário
João,
Graça
e Paz, querido irmão, que a graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus,
e a comunhão do Espírito Santo, seja
contigo (2 Cor. 13:14). Recentemente, recebi um telegrama seu, dizendo que
havia lido um texto de um tal Boécio sobre a Trindade e, que ficara com várias
dúvidas, inclusive para ensinar aos irmãos do seu campo missionário. Estamos
alegres em Deus por termos enviado você e sua família – conte conosco sempre,
não só no suporte financeiro, mas pastoral e teológico. Muito boas suas
perguntas. É um tema de relevância para
o cristianismo, ao mesmo tempo em que é misterioso. Bom, vamos tentar
compreender como introduziu Boécio – até
onde podem as forças da pequena chama da mente, que a luz de Deus se dignou
conceder-nos.
De
fato não encontrará a palavra Trindade na Bíblia. Mas, também, não é uma
invenção da Idade Medieval de monges entediados em tardes chuvosas,
enclausurados no monastério com muito tempo disponível. Nem se contente com a
bisonha ilustração do ovo – que tem casca, gema e clara e é um só ovo, nem
aquela que diz que a Trindade parece um trevo – uma única folha, mas há três
pontas. São até legais. Mas, é dessas ilustrações que o mundo zomba de nós, como
disse o Prof. Dr. Reeves – se puder leia seu livro – Deleitando-se na Trindade – enviaremos para você.
Boécio,
é um homem do seu tempo, escreveu sobre questões do seu tempo, bem como, no
vocabulário da época, sem falar que era filósofo, poeta, estadista e teólogo
romano. Mesmo assim, ele tentou explicar de forma clara e simples para seu
sogro Quintus Aurelius, e é o mesmo que quero fazer nesta missiva. Um conselho
dele – devemos pesquisar até onde for
dado ao olhar da razão humana ascender às alturas do conhecimento da divindade.
Apenas
quero lhe trazer o ponto principal de Boécio: “onde não há diferença, não há pluralidade; e onde não há pluralidade,
há unidade”. Agarre essa verdade. O Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito
Santo é Deus. E, portanto, Pai, Filho e Espírito Santo são um Deus e não três
deuses – diga-se de passagem, até já nos acusaram no passado de idolatria por
crermos na Trindade, leia o Credo Apostólico. A razão de sua unidade é a
ausência de diferença. Onde, pois, não há diferença, não haverá pluralidade
alguma, e daí tampouco número, mas somente unidade. Pai, Filho e Espírito
Santo, são iguais, mas não são os mesmos. A Trindade é um mistério, mas ao
mesmo tempo foi revelada a nós. Conhecer a Trindade é conhecer Deus. E como
podemos conhecer Deus sem a Trindade? Lembre-se sem o Filho, não podemos
conhecer Deus como o Pai verdadeiramente amoroso! Os Três são Um e Um são Três.
Certa vez pediram para John Wesley explicar isso, ele disse – Se puderem me explicar como várias velas em
uma sala formam a mesma luz, eu lhes explicarei a Trindade. Não tente
explicar muito, às vezes pode complicar mais. Leia e creia.
Caro,
irmão João, espero ter colaborado. Como já sabe a missão é do Deus Trino,
lembremos das palavras do nosso Amado e Salvador Jesus Cristo – “Portanto ide, fazei discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai, e
do Filho, e do Espírito Santo” (Mt. 28:19).
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Fala galera esse é o PodCast Coram Deo - Fazendo Teologia Diante de Deus. Nosso bate papo neste episódio é sobre a TRINDADE, esse tema que é visto como um mistério pelos cristãos.
Levi Ceccato, recebe os convidados Pr. Pedro Pamplona, Caique Rezende e o Rev. Murilo Morais, já da casa, onde percorrem o tema A TRINDADE, olhando para o AT, NT e para a História da Igreja. Será que a Trindade é uma invenção de Monges entediados em tardes chuvosas em seus monastérios, teólogos enclausurados com muito tempo disponível?
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