ADVENTO, NATAL E EPIFANIA
“Uma Esperança que foi tocada”
– O MENINO DEUS –
Hic est Puer Deus,
Hic est Filius
Dei,
Est Verbum Dei!
Este é o Menino
Deus,
Este é o Filho
de Deus,
Ele é a Palavra de Deus!
A Esperança e Redenção em “Um Conto de Natal”
Provavelmente
você já deve ter lido o clássico livro “Um Conto de Natal”, do famoso escritor
inglês Charles Dickens. Se não leu, já assistiu talvez alguns dos filmes produzidos baseados nesse livro do
Dickens, você encontrará nos streamings alguns deles, como: “Contos de Natal” de 1951, onde
Alastair, o escocês, desempenha com maestria o papel do avarento Scrooge, essa
obra britânica se destaca como uma das mais brilhantes adaptações já realizadas
do clássico de Dickens.
Tem também o “Adorável Avarento” de 1970, é uma
notável produção musical que se consagrou como uma das versões mais renomadas
da obra de Dickens. Apesar da trama dramática, essa versão adota um tom mais
suave e ocasionalmente estilizado. O filme recebeu indicações ao Oscar nas
categorias de direção de arte, figurino, trilha sonora e canção. Tem até “O Conto de Natal do Mickey”, de 1983,
com o Tio Patinhas, onde Mickey é o empregado, enquanto o Donald é o sobrinho
otimista e o Pateta é o ex-sócio. Os 3 fantasmas são representados pelo Grilo
Falante, o gigante Willie e o Bafo de Onça.
Outro
interessante é “Os Fantasmas Contra
Atacam”, de 1988, indicado ao Oscar de melhor maquiagem, a produção foi
dirigida por Richard Donner, e creio que um dos últimos é o “Os Fantasmas de Scrooge” de 2009, onde Scrooge, é interpretado por Jim
Carrey. O visual é fantástico, e a história acrescenta alguns momentos mais
acelerados e tensos, parece assustador e tenebroso,
mas não é, ele nos traz luz e a alegria do Natal, diga-se de passagem leiam o
livro ou assistam um dos filmes, claro que os livros são sempre melhores
que os filmes, então leiam antes o livro e depois assistam os filmes - se resistirem é claro. Eu leio todo ano
depois que o conheci, é um livro perfeito para essa época, pois tem uma linda mensagem de Natal, de Esperança
e Redenção.
Mas, afinal
quem é Scrooge? Eu nunca tive o azar
ou tristeza de encontrar um senhor como Ebenezer Scrooge, personagem desse
livro do Dickens, que além de
odiar o Natal, espantava os corais
natalinos na rua com sua arrogância.
Desculpe, mas vou ter que dar alguns spoillers.
Na história,
somos apresentados a esse velho Ebenezer Scrooge,
um homem de negócios egoísta
e avarento. Na véspera de Natal - data que ele despreza, Scrooge recebe
a visita do fantasma de seu falecido sócio,
Jacob Marley, que avisa ao antigo amigo que outras três assombrações aparecerão
para ele: o Espírito dos Natais Passados, o Espírito do Natal Presente e o
Espírito dos Natais Futuros. Ao revisitar o passado, envolto
de melancolias e de lembranças tristes e felizes, Scrooge percebe a perda de sua essência
durante o passar dos anos.
Quanto aos fantasmas do presente e do futuro, ele percebe que suas ações presentes
- e a maioria delas de desprezo e avareza - geram fatalidades
incorrigíveis ao futuro, porém Scrooge compreende que sua vida não terá um
sentido se não houver interiormente uma mudança - bom e de mudança interior nós cristãos entendemos, não é?!
Segundo Marley, seu sócio já falecido, esses três fantasmas são a única esperança para Scrooge escapar do terrível destino que está reservado para ele. Sim, mesmo sendo quem era, um vil homem e avarento pecador, houve esperança para Scrooge. No final houve redenção na vida de Scrooge.
Segundo Marley, seu sócio já falecido, esses três fantasmas são a única esperança para Scrooge escapar do terrível destino que está reservado para ele. Sim, mesmo sendo quem era, um vil homem e avarento pecador, houve esperança para Scrooge. No final houve redenção na vida de Scrooge.
A Manjedoura e a Cruz
E nesta época
natalina, uma palavra que me soa muito forte, é Esperança! É momento de anunciarmos a mensagem da Esperança.
E esperança não temos pelo que podemos ver e pegar, mas esperança temos por
aquilo que não vemos e que virá. Assim é nossa fé, está firmada pelas coisas que não vemos.
Isaías
cravou essa esperança: “Porque um menino
nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo
estará sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro,
Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe da
Paz”. Isaías 9:6.
Veja que
Maravilhoso, pois esse versículo foi escrito 740 anos antes da vinda de Jesus. Que conforto e segurança quando lemos essa passagem bíblica! Ah! Se olharmos
mais profundo nestes versículos de Isaías, quão majestoso ele é.
Parece que Isaías
está diante da manjedoura, vendo o próprio Jesus nascer, embora aponta para o
rei da casa de Davi que haveria
de nascer naquele
momento, mas também aponta para Cristo.
Assim, como no capítulo 53, ele parece estar diante da Cruz, quando descreve o
Servo sofredor, dizendo que Ele foi
traspassado pelas nossas transgressões, moído pelas nossas iniquidades,
oprimido e humilhado, como cordeiro, como ovelha muda levada ao matadouro – agradando a Deus
moê-lo! Isaías nos passa a sensação de estar diante da manjedoura, mas também
diante da Cruz!
Uma Esperança que foi tocada!
Lembremos da cena de Tomé, tocando nosso Salvador Jesus, registrada no Evangelho Segundo o Apóstolo João no capítulo 20, onde Jesus disse a ele:
“Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos; chega também a mão e põe-na no meulado; não sejas incrédulo, mas crente. Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu! Disse-lhe Jesus: Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram”.
Jesus
está nos dizendo, que hoje somos bem-aventurados, ou seja, mais felizes, porque
não vimos e nem tocamos, mas cremos nEle mesmo assim. Somos mais
bem-aventurados, mais felizes, do que aqueles que caminharam, viram e tocaram
Jesus, pois mesmo sem tudo isso, cremos nEle, cremos em uma Esperança que foi
tocada, mas não por nós – cremos sem tocar e sem vê-lo. O mesmo Apóstolo João, escreveu
em sua primeria carta, sobre ter ouvido, visto, contemplado, apalpado, o Verbo
da vida, anunciando e compartilhando conosco para que nossa alegria seja
completa:
“O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios
olhos, o que contemplamos, e as nossas
mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida (e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho, e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada), o que temos
visto e ouvido anunciamos também
a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa
comunhão é com o
Pai e com seu Filho,
Jesus Cristo. Estas coisas, pois, vos escrevemos para que a nossa alegria seja completa”. 1
João 1:1-4.
João está nos
dizendo que ao compartilhar conosco aquele que foi manisfetado a ele, a
esperança tocada, a alegria, a verdadeira alegria é completa, pois Aquele que
nos é anunciado é completo, sua presença nos preenche como um todo, ou seja, há
uma alegria quando anunciamos ao outro, há uma alegria na alegria do outro, há
uma alegria quando estamos com o outro em fé, quando estamos reunimos em
comunidade ou em dois ou três, essa alegria eterna está ali presente nos
completando. Mesmo você e eu que não o tocamos, Ele pode nos tocar, mesmo que
você não o viu, Ele te vê, mesmo que você não o apalpou, Ele te abraça e te envolve
com amor misercordioso, mesmo que você não o ouviu, Ele te ouve, apesar de não
tê-lo visto, você creu nEle, você é um bem-aventurado, você tem uma alegria
completa nEle.
O sentido do Natal é uma Pessoa
Esse que anunciamos todo ano seu nascimento - Hic est Puer Deus - Este é o Menino Deus! Aquele que não só trouxe a esperança, mas é a própria Esperança encarnada. O Deus e Homem. Aquele sem pecado, que deitou em uma manjedoura, subiu imaculado por mim e por você numa Cruz, nos dando vida e pagando nossos pecados! Sim, novamente como disse o profeta: “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados não me lembro” - Isaías 43:25. Ele se fez carne e habitou entre nós! Nasceu, cresceu, teve sede, fome, sono, chorou como eu e você, se humilhou vindo ao mundo como um nós, sofreu, morreu e ressuscitou para nos salvar! Foi necessário seu nascimento, mas também sua morte e ressurreição! Esse é o sentido do Natal - Este é o Menino Deus, Este é o Filho de Deus, Ele é a Palavra de Deus!
Ele não vive longe, Ele está ao nosso lado, Ele se importa comigo e com você, cuidando de nós e nos ajudando a caminhar, tudo é Ele pra mim e pra você? Como diz a linda canção “Nas Estrelas”, dos Vencedores Por Cristo:
Eu sei o sentido do Natal
Pois na história tem o seu lugar
Cristo veio para nos salvar
O que ele é pra mim?
Até que um dia, seu amor senti
Sua imensa graça recebi
Descobri, então, que Deus não vive longe, lá no céu
Sem se importar comigo
Mas, agora, ao meu lado está (ao meu lado está)
Cada dia sinto Seu cuidar (sinto Seu cuidar)
Ajudando-me a caminhar
Tudo Ele é pra mim
Assim, como no final da vida de Scrooge houve Redenção, também haverá para nós, então venha, venha fielmente e adore o Rei que chegou!
Ó! Vinde fiéis, triunfantes e alegres,
Sim, vinde a Belém, já movidos de amor!
Nasceu vosso Rei, o Messias prometido,
Ó! Vinde, adoremos!
Ó! Vinde, adoremos!
Ó! Vinde, adoremos ao nosso Senhor!
Sim, vinde a Belém, já movidos de amor!
Nasceu vosso Rei, o Messias prometido,
Ó! Vinde, adoremos!
Ó! Vinde, adoremos!
Ó! Vinde, adoremos ao nosso Senhor!
Hic est Puer Deus,
Hic est Filius Dei, Est Verbum
Dei!
Este é o Menino Deus, Este é o Filho de Deus, Ele é a Palavra de Deus!
Levi Elias de Almeida Ceccato, esposo, pai, professor e escritor. Presbítero da Primeira Igreja Presbiteriana de Rio Claro - SP. Lic. em História pelo Claretiano. Bach. Teologia. Pós-grad. em Cosmovisão Cristã, no Seminário Simonton - STPS. Host do PodCast - Coram Deo. Autor do livro “Um Conto do Ordinário”, original Pilgrim. Editor da João Calvino Publicações. Amante da boa literatura e da Teologia serva de Deus.
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